O post hoje vai ser longo, já que passei muito tempo sem escrever aqui (lamentável, eu sei) e tenho muitas coisas pra falar, mas vou tentar ser bem sucinta! Hoje estou bem empolgada com os progressos que eu tenho tido nos últimos dias... está sendo sensacional. Antes, eu quero explicar uma coisa. Desde que eu ativei, eu fiquei usando o aparelho auditivo em um ouvido e o implante no outro. Achei que usando aparelho ao mesmo tempo ia ajudar de alguma forma, o ouvido com aparelho ia servir de apoio para o outro ouvido, o implantado, mas eu demorei demais a perceber (só me dei conta quando a fono falou no último mapeamento, que foi na quarta passada) que essa não é a melhor forma para melhorar a minha audição biônica. Como isso não foi tão óbvio para mim? Eu simplesmente achava que era o jeito certo usar o aparelho em um e implante em outro quase o dia inteiro, mas quando faço isso, acabo usando mais o ouvido com aparelho que o ouvido implantado, o que deveria ser totalmente ao contrário. Há alguns dias, eu fiquei pensando que eu deveria estar usando apenas o implante boa parte do dia, mesmo sabendo que terei mais dificuldade do que já tenho. Então, parei de me enrolar e deixei de usar o aparelho auditivo e fiquei usando o implante só enquanto estava em casa. Isso só há alguns dias. Hoje, decidi sair de casa essa tarde só usando o implante. Pode parecer frescura pra vocês, mas eu fico meio com receio mesmo de não conseguir entender as pessoas afora, daí me torno muito dependente do aparelho auditivo. Mas depois da experiência de hoje, entendi que realmente devo fazer assim, tirar toda a força do meu novo ouvido, como diz minha mãe. E só usar o aparelho quando eu realmente tiver dificuldade, de entender algo o que uma pessoa me fala, por exemplo. Hoje foi um dia cheio de conquistas sonoras. Ao sair de casa para uma caminhada com minha mãe na orla pessoense, pude conversar com minha mãe, com alguma dificuldade, mas não me deixei desanimar por isso, até porque deu pra conversar tranquilo, só é preciso de uma dose de paciência comigo, o que, por incrível que pareça, mamãe teve, rs. Aliás, depois do que escrevi agora, podem pensar que mamãe é super impaciente, o que não é bem assim, é que tem hora que é cansativo pra mamãe, não só pra ela, como pra todo mundo também. Enfim, no meio da caminhada, vejo um conhecido e o que me surpreende, é que consegui falar com ele sem problemas, sem pagar mico, rs. E enquanto isso, ouço barulhos paralelos de gente conversando, crianças, barulhos de carro, entre outros. São conquistas pequenas, mas considero grandiosas. Eu estou aqui me sentindo renovada só por causa do dia de hoje! Depois da caminhada, quando chego em casa, assisto a TV e vejo a mãe de Eloá (falando sobre o julgamento do caso de Lindemberg) e pude compreender uma boa parte do que ela disse. As partes que eu entendi deixaram meus olhos marejados... Por causa do sofrimento da mãe, mas também por causa da minha capacidade de compreensão. Tenho que acreditar mais no meu potencial, né? Não que eu não tenha acreditado em mim mesma, mas é que eu fico meio receosa, sem fazer o que deveria ter feito, o que acaba atrapalhando, mas dessa vez vai ser diferente. Ainda há pouco, apesar de as vozes soarem ainda metálicas (isso é por causa do meu cérebro que identifica os sons assim, mas aos poucos vou assimilando melhor), ouço o meu namorado falar uma palavra que eu entendi de primeira! Hoje de manhã, eu estava usando aparelho e implante, e estava aqui no meu quarto, ouvindo algo familiar de algum lugar, bem baixinho, e me pergunto: "Será que é a música Someone like you, de Adele?", música que adoro demais e que me lembra muito minha amiga. E era essa música mesmo, tocando num radinho, na cozinha! Fiquei tão impressionada, porque mesmo usando só o aparelho, dificilmente consigo ouvir algo baixinho como estava hoje. Sinto que os próximos dias serão promissores, agora que estou no treinamento auditivo mais intenso!
Eu não quero me prolongar muito na escrita para não cansar vocês, apesar de ter algumas "novidades" velhas, mas deixo para o próximo post.
Beijos estalados e bem felizes,
Mariana Siqueira
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